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Zine de Pão

Caderno de notas sobre farinhas, leveduras e temperaturas

Zine de Pão

Caderno de notas sobre farinhas, leveduras e temperaturas

04.Out.17

Pessoas #3: Sébastien Boudet

Começamos por França com um desvio pelos Estados Unidos e um pé em Espanha para depois regressarmos à Suécia. Tudo isto, no número 3 da rúbrica Pessoas. Umas das pessoas mais importantes e influentes no que toca à "revolução do pão" na Suécia - Sébastien Boudet.

Sébastien_Boudet.jpg

Quem é?

Sébastien Boudet, provavelmente o enfant terrible do pão na Suécia. Francês de origem, bien sûr, andou pelo mundo a fazer pão até encontrar o seu poiso na Suécia. Começou o café Petite France em 2008, ganhou prémios (DN Gulddrake) de melhor café de Estocolmo três anos seguidos e vendeu o café em 2013. Sem papas na língua, rapidamente virou do avesso o mundo da padaria a apontar dedos às grandes moagens e às grandes padarias industrais pela merde que colocam nas farinhas e no pão. 

Porque é que inspirador para ti?

Foi em 2011 que nos conhecemos e ficou uma relação de amizade. Uma fonte de inspiração muito forte para mim. Já em 2011 disse-lhe que gostava de me reconverter em padeiro, fazendo-lhe a confidência que até gostava de o fazer em Portugal. Ajudou-me nessa missão achando que eu devia primeiro estagiar com alguém que soubesse - Mattias Wallmark. Depois de ter saído do meu primeiro emprego como padeiro, foi também ele que me encorajou a não desistir. Tem sido um mentor durante estes anos todos. 

Onde o posso encontrar?

É mais activo no instagram em @sebastienboudet, escreve no seu blogue pessoal Brödpassion (em sueco) há imensos anos, e escreveu três livros: The French Baker, Le Bakbok e Sébastiens Mat, este último dedicado à comida da sua infância e da sua terra natal: França. O único deles os três disponível em inglês é o The French Baker: Authentic Cooking Techniques and Traditions que pode ser comprado na Amazon*

 

* Disclaimer: O Zine de Pão ganha uma comissão de Associate se comprarem este livro na Amazon utilizando o link dado. Se este livro não for para vocês, há muitos outros livros sobre pão na Amazon.

02.Out.17

Novo começo

Está a chegar o Outono e com ele costumam vir tempos de mudança. É o meu caso. Por entendimento mútuo, decidi deixar o desafio que me trouxe para Portugal.  

O que virá agora? Passa invariavelmente por voltar para a Suécia ou por ficar cá a fazer algo pelo pão.

As boas notícias é que a curto prazo comprometi-me com o dar aulas na Escola de Turismo e Hotelaria de Lisboa, algo que me dá muito gozo mesmo - saber que podemos "guiar" uma nova geração de cozinheiros no caminho certo no que toca a pão e quiçá conquistar um ou dois para a padaria. O meu objectivo é conquistar todos. Quero muito continuar a ajudar-vos a fazer pão em casa, e por isso também estou a planear algumas workshops para o Porto e Lisboa.

A médio prazo...

O panorama português está diferente do que estava quando me comecei a interessar por pão. As pessoas percebem que há uma maneira diferente de fazer pão e reconhecem-lhe valor. Temos moleiros que estão a ganhar voz e a querer fazer coisas muito interessantes, por exemplo: tive oportunidade de trabalhar com uma farinha 100% nacional (cultivada na Arruda dos Vinhos e moída em Alenquer pelo Paulo Horta) que me fez acreditar que as coisas estão a mudar para melhor. Graças "aos" Diogos Amorim, aos Mários Rolandos da vida e outros que me estou a esquecer (perdoem-me), as pessoas já provaram bom pão. Nós viajamos mais e vemos outras realidades, outras padarias, outros pães... e aí ainda não chegámos lá. "Ó Sebastião, mas que estás para aí a dizer?"

A médio prazo... faz falta em Lisboa um espaço com bom pão, boa viennoiserie, com uma influência internacional mas com os pés assentes em Portugal, um espaço onde se possa celebrar, comunicar e ensinar "pão". Talvez a médio prazo, talvez...

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