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Zine de Pão

Caderno de notas sobre farinhas, leveduras e temperaturas

Zine de Pão

Caderno de notas sobre farinhas, leveduras e temperaturas

02.Mar.18

A minha semana nas redes sociais

Esta semana tenho sido bombardeado nas redes sociais por amigos, seguidores do blogue, jornalistas ou por um algoritmo mágico do Facebook com dois links.

O primeiro é o link para o artigo que saíu na Revista E do Expresso, o sábado passado, chamado "Milagre do Pão" e onde eu sou um dos perfis retratados entre nomes sonantes do mundo do pão em Portugal. O segundo link com o qual tenho sido bombardeado é o da abertura do espaço LAB da Padaria Portuguesa. 

Quando recebo estes dois links costumam vir recheados com perguntas, intrigas ou uma data de "fake facts" (já que acho piada ao termo).. daí ter decidido escrever algo sobre a coisa. 

O primeiro "fake fact" começa com o Ricardo Felner, que escreveu a notícia, me descrever como um "Ronaldo da padaria artesanal". Ó Ricardo, ganda maluco meu. Quanto muito um Pedro Barbosa, ali passando despercebido mas de vez em quando lá faço uns traços de génio e sai-me um pão espetacular.

No segundo link as perguntas costumam ser do género "São as tuas receitas?", "Já sabias disto?", "É para este espaço que tinhas sido contratado?". As intrigas e afirmações indigadas são mais do género "Altes cenas, roubaram o teu trabalho e não sei quê - o tipo até se chama Paulo!". Essas afirmações não podiam estar mais longe da verdade.

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O LAB, é uma loja da Padaria Portuguesa que aloja agora o departamento de Qualidade e Inovação da Padaria Portuguesa e onde o meu antigo colega Paulo Cardoso faz uns pães à maneira. Visitei ontem a loja e achei o espaço fixe, o trabalho que os arquitetos fizeram ali é espetacular, mas falemos de pão: não, não há ali nada meu. Os pães são todos fruto do trabalho do Paulo, que é uma pessoa com quem trabalhei, de quem gosto muito, que se esforça por aprender mais e conseguiu, merecendo todo o reconhecimento.

Olhando de volta para o artigo do Expresso, lê-se na legenda da minha fotografia (tirada pelo talentoso Tiago Miranda): "Sebastião saíu de A Padaria Portuguesa por não acreditar no pão produzido em série". Também é preciso esclarecer isto. Eu acredito que é possível produzir bom pão em larga escala, tal como acredito que é extremamente difícil produzir pão de alta qualidade, com consistência, num espaço de trabalho onde trabalham muitos padeiros diferentes. O pão artesanal e a sua qualidade está muito ligada à pessoa que o trabalha, algo que refiro no Expresso.

Acho que a aposta da Padaria Portuguesa em começar com o pão artesanal de uma forma nichada uma aposta interessante e bem mais segura do que tentar a grande escala, e só lhes desejo sucesso. Precisamos de mais padarias a fazer bom pão, sejam elas pequenas ou grandes.

 

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